Cláudio Furtado sai fortalecido, mas urnas apontam longo caminho


Às eleições gerais costumam servir de métrica e ponto de partida para o processo eleitoral municipal que acontece dois anos depois. Os mais atentos e espertos usam seus dados para avaliar o percurso e corrigir eventuais desvios na trajetória, enquanto os desavisados e desatentos são atropelados já que não se adaptaram. 

Em Coelho Neto as urnas mandaram um duro recado para a oposição, que encarou o processo dividida e tal como previsto foi estraçalhada. A verdade é que a oposição coelhonetense não tem rosto, são vários nomes e agrupamentos que não tem identidade e logo não consegue criar um vínculo com a população. 


Desses nomes o que se saiu melhor foi o vereador Cláudio Furtado (PROS), que com a visibilidade obtida pelo mandato e impulsionado pelas redes sociais alcançou louváveis 2.142 votos, isso para alguém que apenas 2 anos antes foi opção de apenas 347 eleitores. Cresceu bastante, fato! Mesmo sofrendo com a má vontade de quem se dizia aliado, fogo amigo e de “aparentado”. Cláudio podia ter crescido mais se não fosse o problema de saúde que lhe tirou três semanas de campanha, além do luto pela perda da mãe durante o processo eleitoral, e ainda foi a principal vítima da própria desorganização, mas quanto a isso, falta de aviso que não foi! 


Mas e o Américo? Bom, aqui é uma novela a parte. O ex-prefeito teve diversos problemas em sua estrutura de pré-campanha e campanha, o principal foi seu sumiço. Américo nunca foi dado a holofotes, mas para alguém que construiu boa parte de sua trajetória política em uma rádio com microfone na mão, o ex-prefeito submeteu-se a um cruel autoexílio, e quem não é visto é pouco lembrando. Fora isso, ainda teve que enfrentar sua base rachada dividindo-se em pelo menos três agrupamentos, teve os que durante o processo cederam ao menino Bruno Silva (PP) e foram cooptados, teve os que migraram para outros grupos dentro da própria oposição, e ainda teve a falta de recursos, afinal, no imaginário da população em geral, não só em Coelho Neto, todo ex-prefeito é rico e deve distribuir dinheiro. Mas o resultado foi ruim? Não tanto quanto poderia, Américo ainda está firme como segundo maior força política da cidade. 


Já Antônio Pires, aqui precisa se fazer um adendo. Tantos os votos de Nagib (PSB) quanto Amanda Gentil (PP) não cabe somente ao ex-vice-prefeito, deu contribuição importante, claro. Pode até ter dado mais votos que os outros, é possível. Mas muita gente que não tem vínculo com ele contribuiu, tanto para os votos que Nagib teve em Coelho Neto, quanto para os de Amanda. Ainda assim, Pires é um força a ser considerada, mas não é tão grande quanto indica os números de seus candidatos. 


E ainda sobre a oposição, não posso deixar de falar no professor Osmar Aguiar, que fez em Coelho Neto uma campanha contando apenas com os votos de simpatia e militância. Sem grandes estruturas ou apoiadores, recursos mínimos mas com muito pé no chão, construiu um resultado nada desprezível. 


Indo agora para o governo, não vou aqui querer inventar a bola quadrada e dizer que o menino Bruno Silva foi mal, o resultado foi bem satisfatório. Mas, muito claramente andou distante dos 13 mil votos de 2020, mais longe ainda dos 15 mil votos que seu grupo andava vociferando nas redes sociais, e bem aquém do que se espera de um político com 82% de aprovação. O resultado é aceitável, mas nada formidável, e o prefeito menino tem razões para se preocupar. 


Somando tudo isso que falei nos parágrafos anteriores, as urnas de Coelho Neto tem dois recados claros, um para o governo e outro para a oposição. Para o governo é óbvio, se não passar por um processo de autocrítica e reformulação, abandonar um pouco o marketing e abraçar o trabalho, pode não sobreviver a 2024. Para a oposição o recado é mais duro, só vão superar o menino se ignorarem os próprios egos, colocarem de lado a indiferença e os ranços, e sentarem a mesa para conversar e buscar construir uma unidade que ganhe a simpatia da população, não tem outro caminho, tem que unir ou então vão ficar na taca! 


Quem tiver curiosidade, pode somar os votos de todos os federais que não são governistas ou de aliados do governo, e assim verá o votos que André Fufuca (PP) ser superado em Coelho Neto com relativa folga. Quem somar verá, o caminho está dado!


Eu, sinceramente, aposto que é mais fácil o caminho da taca! Tem gente cabeça dura demais no processo e o calçado da humildade não é pra todo mundo!


Voltamos a qualquer momento com mais informações! 

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