Buriti é símbolo do atraso educacional no Brasil

“Luz enfim chega a escola do MA, mas ventilador e geladeira ainda são sonho”, é com esse título que a Folha de São Paulo, um dos maiores jornais imprenso do mundo, abre reportagem que visa alertar sobre os perigos advindos com o fim do FUNDEB, o principal mecanismo de financiamento da educação básica e que representa R$ 4 a cada R$ 10 gastos na área. 

Secretária de Educação de Buriti, Rosinalva Cardoso, ao lado do prefeito de Buriti, Naldo Batista

A reportagem em questão usa como exemplo da má distribuição de recurso para educação a Escola Inocêncio Garcês Machado, localizada no povoado Brejinho na zona rural de Buriti. Que depois de quase 20 anos de funcionamento, recebeu a energia elétrica nos primeiros dias do mês de agosto.

Com 28.306 habitantes, Buriti tem o menor orçamento de educação per capita do país, praticamente todo vindo Fundeb. Segundo dados de 2015, eram R$ 2.911,94 no ano por aluno, enquanto isso no outro extremo, a cidade de Pinto Bandeira (RS) tem um gasto anual de R$ 19.559,61 por aluno.

A prefeitura do município do interior maranhense tem menos de R$ 243 por mês por estudante. E aí estão incluídos todos os gastos com educação, de salário dos professores a merenda e transporte. 

Praticamente todo o orçamento da educação de Buriti depende do Fundeb. "Temos muitas dificuldades e tentamos fazer alguma coisa. Mas oferecer educação de qualidade mesmo... é complicado", disse a secretária de Educação, Rosinalva Cardoso.

A escola é uma das 67 unidades municipais de Buriti, onde estudam 10.366 alunos (20% na educação para jovens e adultos). A maioria das escolas (58) é rural. Essa era a única que não tinha energia, mas ela compartilha outras muitas carências com praticamente todas.

Nenhuma escola da cidade tem biblioteca ou laboratório. Por falta de salas, ou professores, todas as escolas rurais colocam na mesma sala alunos de séries diferentes.

"O recurso pedagógico aqui é só falar", diz a professora de português Maria de Jesus, 42. Não raro professores pagam do bolso a compra materiais.

Rosinalva Cardoso, não esconde as dificuldades. "Temos muitos alunos não alfabetizados no 6º ou 7º ano", diz. Dos 189 estudantes do 9º ano que fizeram a última avaliação federal, só 4 (2%) tinham o aprendizado adequado em matemática. É a metade do apurado no estado do Maranhão (no Brasil esse índice é de 13%).

"Eu me sinto frustrada porque a maioria das coisas que queria fazer não consigo", completa a secretária.

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Da Folha de São Paulo 


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