De acordo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma das
principais causas de óbitos do mundo é o câncer, atingindo por volta de seis
milhões de pessoas, representando 12% dos casos (CARDOSO, 2012). No entanto,
poucos sabem que essa doença pode ser prevenida e até mesmo tratada. Conforme
Gurgel (2011), no Brasil essa doença é identificada como a segunda causa de
morte perdendo apenas para as cardiovasculares.
Câncer
Atualmente a população
é amedrontada pelo termo TUMOR por associa-la ao câncer. Realmente há
correlação, porém quando esse se dá por crescimento natural do número de
células, é denominado de neoplasia benigna, ao contrário do câncer, que
é neoplasia maligna.
Diferenças entre
as neoplasias (tumores):
Neoplasia benigna: O crescimento das
células acontece de forma organizada, em geral lenta, e apresenta limites bem
nítidos.
Neoplasia maligna: O crescimento das
células pode evoluir de forma lenta ou agressiva e desorganizada.
Então, a melhor
definição para câncer é do patologista inglês Rupert Willis, ele conceitua a
doença como: crescimento anormal de tecido (neoplasia maligna) de forma
descoordenada e que persiste mesmo cessada a causa que a provocou, podendo
propagar para outras regiões do corpo por via sanguínea e/ou linfática
(metástase).
O INCA explica que
o “Câncer” é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum
o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Estudos diversos mostram que o câncer pode ter origem
genética ou ambiental. No entanto, novos estudos apontam que essa enfermidade é
causada por modificações genética influenciadas pelo meio ambiente e não como
uma doença hereditária. Somente 5% e 10% das neoplasias são herdadas por genes
relacionados ao câncer, grande parte dos casos envolve danos ao material
genético, de origem física, química ou biológica que se acumulam ao longo da
vida (MUNHOZ et al., 2016).
Benefícios do exercício físico em indivíduos com câncer:
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Fig.1: Retirada do artigo de Sanchis
Gomar et al. (2015)
|
Sanchis Gomar et al. (2015) apresenta em seu estudo uma
relação entre a realização de atividades físicas regularmente (PA), alta
aptidão cardiorrespiratória (CRF) e o risco para câncer. Conclusão: A inclusão
e execução de exercícios físicos em caráter regular na população em geral, mais
em evidência em indivíduos com e sobreviventes do câncer contribui para um
menor risco da doença, pois a realização deles estimula a produção de miocinas
que possuem um efeito antitumorogênicos (combate aos tumores malignos) e pela
redução de diversos fatores de riscos associados ao câncer.
Alguns
fatores de riscos associados ao câncer e combatidos por exercícios físicos:
- · Acúmulo de tecido adiposo (gordura);
- · Sobrepeso e obesidade;
- · Baixa capacidade cardiorrespiratória;
- · Estresse;
- · Falta de atividade física;
- · Pró-inflamatório.
Informações
relevantes
1.
Miocinas: são moléculas mediadoras e
reguladoras de inflamação por transportes de leucócitos (glóbulos brancos) pelo
sistema sanguíneo e/ou linfático. Os glóbulos brancos são componentes
responsáveis pela defesa do organismo;
2.
O Brasil é o 3º país mais obeso do
mundo, conforme uma pesquisa realizada pela multinacional Ipsos MORI em 28
países, perdendo apenas para o México (1º) e Índia (2º), sabe-se que a
obesidade está relacionada a um estilo de vida inativo (sedentarismo).
Para melhor adesão e aceitação do exercício físico:
Sugere-se para a
população inativa e sedentária com diagnóstico de câncer, que caso comecem a
realizar alguma atividade física, que primeiramente façam uma avaliação médica
e depois procurem a orientação de um profissional qualificado e especializado
na área.
Após a liberação
médica comecem por atividades a qual possua afinidade, desde que não possua
nenhuma restrição dentre determinada atividade e seu médico tenha liberado a
devida prática.
Comecem a realizar
essas atividades 3x/semana e em curta duração (≥ 30 min. e ≤ 60 min.)
Esta coluna é assinada por:
Patric Barreto, bacharel em
Educação Física pela Faculdade Mauricio de Nassau / Aliança e especializando em
Treinamento Funcional e Reabilitação pela Ieducare e em Exercícios Físicos para
Grupos Especiais pela Faculdade Mauricio de Nassau / Aliança. Atualmente, é
autônomo atuando como personal trainer e funcionário da empresa Bodytech.
Possui formação completa em reabilitação e treinamento por meio do método Pilates.
É palestrante, técnico e árbitro da Confederação Brasileira de Atletismo /
CBAt. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Pilates,
Atletismo, Treinamento de Força e Funcional, atuando principalmente nos
seguintes temas: grupos especiais e avaliação física.
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