Quando o descaso toma forma de tragédia

Ao sair do ministério público essa manhã fui abordado por uma pessoa que me relatou uma situação daquelas bem triste.

Essa pessoa, que chamarei aqui de Aparecida, até alguns dias atrás fazia parte do quadro de funcionários da maternidade, sendo uma das que foram demitidas na segunda-feira última. Se já não fosse ruim ser demitida, a situação ainda é mais grave. Ocorre que Aparecida tem uma filha que sofre de uma doença rara, cujo tratamento é caro e requer viagens periódicas a Teresina. Agora sem emprego, como manter o tratamento, embora custeado pelo SUS, mas que ainda assim envolve custo?

A solução foi recorrer ao INSS e buscar um auxílio doença para a filha. Com todos os documentos, atestados e laudos médicos Aparecida foi para o INSS, e o que parecia ser algo simples ganhou ar dramático.

Acontece que essa Aparecida constava no sistema do INSS como sendo empregada, pois até a semana passada ela tinha vínculo empregatício com a prefeitura, a mesma explicou a situação para o atendente, que solicitou então a apresentação da carta de demissão. Aparecida  explicou que não recebeu uma, o atendente encerrou a conversa.

A mãe desesperada recorreu até o secretário de saúde, lhe explicou toda e situação e pasmem, o secretário disse que não poderia fazer nada, pois não foi ele que a contratou e nem foi ele que a demitiu, portanto não tinha nada haver com o caso.

Em desespero e sem ter mais ninguém, Aparecida foi até o ministério público pedir ajuda, que veio em forma de ofício. Agora no resta aguardar para ver como terminará esse triste descaso em Coelho Neto.



Mas não custa nada lembrar, governar é acima de tudo cuidar das pessoas.

Atenção: Aparecida é um nome fictício, usei para preservar a identidade real da pessoa.

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